"Somos um povo em festa, um povo que faz de sua euforia a condição final do seu projeto de ser. Que não é um projeto: já nascemos prontos. [...] Nosso primeiro postulado filosófico seria o seguinte: as coisas não estão aqui para serem pensadas; as coisas parecem não se encaminhar a nenhum destino: estão como existênca apenas no hoje, num hoje pronto e acabado que é em si mesmo o seu próprio futuro. No futebol, no samba e no carnaval, já temos a senha dialética dos três estágios que não lograram sequer ser antingidos pelo nosso esforço, pois nos foram dados simultânea e instantaneamente sem nenhuma necessidade de síntese, sem nenhum percalço lógico ou metafísico."
"Sambamos, jogamos e brincamos carnaval, logo, existimos. Não há necessidade de um projeto criador da história. Nossa história é esse rodízio constante que, todavia, redunda no mesmo."
Ângelo Monteiro (as duas citações), "Vamos lavar a burra", Escolha e sobrevivência - Ensaios de educação estética, Pg. 22
Ângelo Monteiro (sou fã dele) é um poeta alagoano, professor de Filosofia da Arte na UFPE e provavelmente o maior leitor de Jorge de Lima no Brasil.
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Rapaz, esses caras tiram leite de onça assim, só de olhar a bichana já se ordenha... e pasteurizado que é pra num ter assunto depois!
Ler também: Prefácio de Olavo de Carvalho ao livro de Ângelo Monteiro
domingo, 8 de fevereiro de 2009
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3 comentários:
Grande Pasteur!
Eu prefiro um grande sanduíche.
Sim, a euforia pode ser a condição final de um projeto de ser. Se é que deve haver projeto. Sim, as coisas não estão aqui para serem pensadas. Não só parecem como não se encaminham a destino algum. E eu não engoli nem um pouquinho aquele papo de que a morada dos estultos é na casa da euforia, e a dos sábios, na do luto. De fato odeio a tal brasilidade. Mas não tente ridiculariza-la ironizando junto valores interessantes, João.
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