sábado, 8 de agosto de 2009

nota

Não quero prender-me num mundo inexistente, mas talvez no imaginário real. Prender-se no mundo inexistente é não imaginar, mas no real há todas as pétalas de sonho que embarcam os seus olhos em além de Homero. E aquém é uma gota de silêncio.
E o verde luar dos olhos de Isabel, a de Diônisos Castro Alves e Gerardo, não seria no sonho (e por lá não voaria meu pássaro) se não petalasse o possível.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Saúde

Tudo é bom e agradável num dia de angústia que se emerge das dúvidas, pois a dúvida em si é o início da melodiosa pleniluz. E nele, uma ironia com suas patas inexistentes pia a canção dos aromas azuis.

É nesta imagem bucólica, a uma das últimas canções do Strauss que eu saúdo.

Pois, um sol e um salmo.

Sóis.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Justificativa

O que podemos ver aí em cima é uma vela, talvez seria de muita pretensão ou presunção colocar uma vela no início do blog, além do título ser uma metáfora ao Sol, “vela do mundo”, em saxão. Eu não sei lhufas de saxão, nem tenho nenhum estudo nos estudos do Sol, mas já li uma tradução do Beowulf bilíngüe (de onde tirei o título do blog) e gosto muito de velas e de céu. E gosto do nome, cem mil vezes melhor que o antigo nome tirado de uma peça do Schönberg, peça belíssima, por sinal.

O que podemos ver aí em cima ainda é uma vela, talvez seria de muita pretensão ou presunção colocar uma vela no início do blog, fico com a segunda, não é bom ser presunçoso, mas é bom ser pretensioso, eu sou pretensioso e ambicioso por muitas coisas. Sou, inclusive, ambicioso por velas e céus e pássaros. Ambiciono a melodia da vela ao numinoso lume de um céu na hybris esquerda de um pássaro. E ambiciono voz. Talvez seja por isso o subtítulo, imensamente devedor de Jorge de Lima, cuja foto está pregada na parede de meu quarto, e de cuja linguagem faço mímese (imitador confesso) em diversas situações disso que é vento ou espírito.

O que vemos aí em cima é uma justificativa de uma vela, e uma vela não merece justificativas, uma vela é uma vela, seja num quarto, na sala ou nos confins do tempo.