Olhei-a, incógnita ela era, seu resultante invisível, precioso. O mais interessante das incógnitas é, não o fato de não sabermos o valor delas, mas delas não saberem nosso valor. O cálculo infinitésimo da distância da estrela em função de um tempo relativo? Não, nada disso, era uma equação a parte, a segunda letra geralmente usada nas equações do ensino médio, quando não se pode usar a primeira, já tentei encontrar motivos para essa equação, mas é a tentativa de calcular minha lágrima, sempre...
A lágrima é a lúcula dos homens deste tempo, quando tudo está bem, é a luz a mácula, eis as dúvidas rindo por acharmos estarem enterradas, e ela, a incógnita me sorrindo entre os dentes de estrela com seus abraços inexistentes, ela fala comigo na noite pequena, às vezes ela fala sobre aguardar outra noite, a noite eterna, na qual não só nós dois, mas todos estarão dormindo à sombra dos mares-crepúsculos.
Eu a beijo em meu sonho e ela recua, tento lhe escrever um soneto com três buquês de rosa, mas sou pobre de dinheiro, sua rua fica ali em um céu perto, ela se cobre de símbolos enquanto faz seu chá para ser derramado nas alfombras míticas azuis do universo e anoitecer, ela nunca me mostrou as asas, mas já a vi voando em ave, quando em diversas contas ela me vem com cálculos renais e para fazer-lhe companhia no hospital eu mando um par de olhos, os mesmos olhos dirigidos para cada pedacinho de sua resolução.
Para os homens ela é morta... para mim? Rá! Perguntas ainda? Conhecei-a, um cometa, apenas, pérfida lágrima cósmica em túmulos fingindo ser boneca e em cada nota de cada música o silêncio de uma pausa invisível de quando não há pausa, em meu caderno é plenitude, incógnita. Olhei-a.
quarta-feira, 9 de julho de 2008
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3 comentários:
Eu já namorei uma interrogação...
poderia até ser uma icógnita, mas como o texto é do joão, posso afirmar com certeza(?) que essa poesia é bem mais que uma prosa.
Marra, você é COBRA!
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