Em A Poética, de Aristóteles, temos vários conceitos (sim, eu me gabo pela nota máxima em literatura), e dentre eles, um bem interessante é o tal da peripécia: a palavra sugere "fazer uma volta, circundar", e o conceito é "mudança repentina dos acontecimentos". É, como já diria meu mestre e professor de violão, quando os enganos absolutos não significam nada. Você é o mais alto dos homens, Édipo, e um dia se descobre incestuoso e cego de seu próprio destino além de cego de seus olhos, lhe é dada as cinzas.
Mas em pleno início do século XXI (o que vocês estão achando da primeira década?), nos descobrimos livre dos antigos conceitos literários, nossa vida não é mais uma tragédia grega e não vamos um dia depararmos com o assassino de nosso pai em frente ao espelho, mas as coisas não estão tranqüilas, fico imaginando hoje quando passei mal provavelmente do fígado, sobre como as tragédias nos ensinam e entanto elas estão substituídas pelos livros de auto-ajuda, é como uma literatura lisérgica substituindo verdades (mesmo sendo verdades in illo tempore) por alucinações confortantes, ainda penso ser a arte inútil, sobretudo aquela feita com as palavras, mas penso naquela comparação do conceito de catarse com a última função da literatura descrita por Umberto Eco, a purificação por meio do terror e da piedade pode sim nos ensinar sobre o destino e a morte.
Estou sentindo necessidade de escrever, pena estar com os olhos doendo, mal-estar, meio enjoado e com medo de que forçar as vistas me provoque um vômito, mas talvez seja um risco pelo qual vale a pena correr...
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2 comentários:
mt lgl o post
da um look la no blog tbm e Ria mt com o post de hj
http://culturatups.blogspot.com/
abraços
Gostei do post...
O blog ta de parabéns...
Bjos!!!
http://hdebarbamalfeita.blogspot.com/
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