sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Um poema do livro "Susana -3 Elegia e Inventário" de Geraldo Mello Mourão

"e tua voz se ouvia
através das paredes e era
a voz da estrela onde
o rouxinol um dia fez seu ninho:
as raparigas celtas temperavam na garganta
esse murmúrio numinoso
quando
inauguravam na boca o desenho
da primeira dança:
à sua melodia as ninfas
naquele tempo
viam
partir-se o coração da rosa quando
o coração do silêncio partia o seu cristal
e aparecia a tua voz:"

(Mello Mourão, Geraldo. Susana 3 Elegia e Inventário, pg. 28 Edições GRD)

PS: Eu juro ter tentado ao máximo manter a disposição espacial original do poema: "quando" deve aparecer alinhando ao "o" de "numinoso" e "viam" alinhado após o "o" de "tempo", alinhado ao "a" de "as" no segundo verso anterior a ele.

2 comentários:

mariguela disse...

É, o que vale é a intenção! Hoho...
Como eu já disse, as palavras são muito lindas, adorei.

Beijo!

Euzer Lopes disse...

Um poema que provoca sorriso de contentamento em quem lê.
Bonito mesmo!
Não conhecia.