segunda-feira, 21 de junho de 2010

A ópera de ontem

Não se resolvia não se resolvia e já era
Isolda cantando Tristão morto na torre
Com estrelas que dissolvem dos sinos em cromatismos
A dor e o mar. Ah, quem ousaria mediante
A orquestra a ausência de uma lágrima?

O tenor não ligava pra tudo aquilo
Ele sabia que seu Tristão estava tranquilo e longe
De poções, amores e modulações sem fim.
Tristão ouvia, com paciência, a fermata dos olhos
Até desenvolver-se nas cortinas fechadas.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Que aqui se faz a voz

Que aqui se faz a voz
Voz outra voz outrora atroz
Ou seria de dizer Vox
Nem Fox News ou CNN
Veloz
Como instinto de sílaba e sangue
De silêncio entremeando-me o si
De alguma peça ou de algum murmuro
Ou mesmo de algum carro que range
Porta ou fechadura corpo adentro.

O se.