Não se resolvia não se resolvia e já era
Isolda cantando Tristão morto na torre
Com estrelas que dissolvem dos sinos em cromatismos
A dor e o mar. Ah, quem ousaria mediante
A orquestra a ausência de uma lágrima?
O tenor não ligava pra tudo aquilo
Ele sabia que seu Tristão estava tranquilo e longe
De poções, amores e modulações sem fim.
Tristão ouvia, com paciência, a fermata dos olhos
Até desenvolver-se nas cortinas fechadas.
segunda-feira, 21 de junho de 2010
sexta-feira, 11 de junho de 2010
Que aqui se faz a voz
Que aqui se faz a voz
Voz outra voz outrora atroz
Ou seria de dizer Vox
Nem Fox News ou CNN
Veloz
Como instinto de sílaba e sangue
De silêncio entremeando-me o si
De alguma peça ou de algum murmuro
Ou mesmo de algum carro que range
Porta ou fechadura corpo adentro.
O se.
Voz outra voz outrora atroz
Ou seria de dizer Vox
Nem Fox News ou CNN
Veloz
Como instinto de sílaba e sangue
De silêncio entremeando-me o si
De alguma peça ou de algum murmuro
Ou mesmo de algum carro que range
Porta ou fechadura corpo adentro.
O se.
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
Comentários para Nietzsche
Estes comentários são sobre o texto aforístico Crepúsculo dos ídolos ou como filosofar com um martelo.
"O que poderia ser o espírito alemão, quem já não teria experimentado seus pensamentos melancólicos sobre isso! Mas esse povo emburrou-se arbitrariamente, desde quase um milênio: em nenhum outro lugar, os dois grandes narcóticos europeus, álcool e cristianismo, foram mais viciosa e abusivamente utilizados. Recentemente, até mesmo um terceiro narcótico veio ainda acrescentar-se a esses dois; um com o qual é possível aniquilar sozinho toda mobilidade sutil e audaz do espírito: a música, nossa música alemã entulhada e entulhadora. - Quanto há do peso enfadado, do aleijão, da umidade, do robe, quanto há de cerveja na inteligência alemã! Como é afinal possível que homens jovens, dedicando sua existência aos fins mais espirituais, não sintam em si o primeiro instinto da espiritualidade, o instinto da autoconservação do espírito, e bebam cerveja?..."
Não dá pra largar nem cristianismo, nem cerveja, nem um bom Wagner, foi mal.
"E por toda parte reina uma pressa indecente, como se fosse uma falta grave para o homem jovem ainda não estar "pronto" aos 23 anos, ainda não saber responder à "pergunta principal": que profissão escolher?"
É uma falta grave para uma criança de 17 anos ainda não saber que curso pretende fazer na universidade.
"Liszt: ou a escola da destreza segundo as mulheres."
E você já festou à vontade, você e seu amigo Wagner, com o dinheiro dele, né safado?
"O que poderia ser o espírito alemão, quem já não teria experimentado seus pensamentos melancólicos sobre isso! Mas esse povo emburrou-se arbitrariamente, desde quase um milênio: em nenhum outro lugar, os dois grandes narcóticos europeus, álcool e cristianismo, foram mais viciosa e abusivamente utilizados. Recentemente, até mesmo um terceiro narcótico veio ainda acrescentar-se a esses dois; um com o qual é possível aniquilar sozinho toda mobilidade sutil e audaz do espírito: a música, nossa música alemã entulhada e entulhadora. - Quanto há do peso enfadado, do aleijão, da umidade, do robe, quanto há de cerveja na inteligência alemã! Como é afinal possível que homens jovens, dedicando sua existência aos fins mais espirituais, não sintam em si o primeiro instinto da espiritualidade, o instinto da autoconservação do espírito, e bebam cerveja?..."
Não dá pra largar nem cristianismo, nem cerveja, nem um bom Wagner, foi mal.
"E por toda parte reina uma pressa indecente, como se fosse uma falta grave para o homem jovem ainda não estar "pronto" aos 23 anos, ainda não saber responder à "pergunta principal": que profissão escolher?"
É uma falta grave para uma criança de 17 anos ainda não saber que curso pretende fazer na universidade.
"Liszt: ou a escola da destreza segundo as mulheres."
E você já festou à vontade, você e seu amigo Wagner, com o dinheiro dele, né safado?
sábado, 8 de agosto de 2009
nota
Não quero prender-me num mundo inexistente, mas talvez no imaginário real. Prender-se no mundo inexistente é não imaginar, mas no real há todas as pétalas de sonho que embarcam os seus olhos em além de Homero. E aquém é uma gota de silêncio.
E o verde luar dos olhos de Isabel, a de Diônisos Castro Alves e Gerardo, não seria no sonho (e por lá não voaria meu pássaro) se não petalasse o possível.
E o verde luar dos olhos de Isabel, a de Diônisos Castro Alves e Gerardo, não seria no sonho (e por lá não voaria meu pássaro) se não petalasse o possível.
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
Saúde
Tudo é bom e agradável num dia de angústia que se emerge das dúvidas, pois a dúvida em si é o início da melodiosa pleniluz. E nele, uma ironia com suas patas inexistentes pia a canção dos aromas azuis.
É nesta imagem bucólica, a uma das últimas canções do Strauss que eu saúdo.
Pois, um sol e um salmo.
Sóis.
É nesta imagem bucólica, a uma das últimas canções do Strauss que eu saúdo.
Pois, um sol e um salmo.
Sóis.
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
Justificativa
O que podemos ver aí em cima é uma vela, talvez seria de muita pretensão ou presunção colocar uma vela no início do blog, além do título ser uma metáfora ao Sol, “vela do mundo”, em saxão. Eu não sei lhufas de saxão, nem tenho nenhum estudo nos estudos do Sol, mas já li uma tradução do Beowulf bilíngüe (de onde tirei o título do blog) e gosto muito de velas e de céu. E gosto do nome, cem mil vezes melhor que o antigo nome tirado de uma peça do Schönberg, peça belíssima, por sinal.
O que podemos ver aí em cima ainda é uma vela, talvez seria de muita pretensão ou presunção colocar uma vela no início do blog, fico com a segunda, não é bom ser presunçoso, mas é bom ser pretensioso, eu sou pretensioso e ambicioso por muitas coisas. Sou, inclusive, ambicioso por velas e céus e pássaros. Ambiciono a melodia da vela ao numinoso lume de um céu na hybris esquerda de um pássaro. E ambiciono voz. Talvez seja por isso o subtítulo, imensamente devedor de Jorge de Lima, cuja foto está pregada na parede de meu quarto, e de cuja linguagem faço mímese (imitador confesso) em diversas situações disso que é vento ou espírito.
O que vemos aí em cima é uma justificativa de uma vela, e uma vela não merece justificativas, uma vela é uma vela, seja num quarto, na sala ou nos confins do tempo.
O que podemos ver aí em cima ainda é uma vela, talvez seria de muita pretensão ou presunção colocar uma vela no início do blog, fico com a segunda, não é bom ser presunçoso, mas é bom ser pretensioso, eu sou pretensioso e ambicioso por muitas coisas. Sou, inclusive, ambicioso por velas e céus e pássaros. Ambiciono a melodia da vela ao numinoso lume de um céu na hybris esquerda de um pássaro. E ambiciono voz. Talvez seja por isso o subtítulo, imensamente devedor de Jorge de Lima, cuja foto está pregada na parede de meu quarto, e de cuja linguagem faço mímese (imitador confesso) em diversas situações disso que é vento ou espírito.
O que vemos aí em cima é uma justificativa de uma vela, e uma vela não merece justificativas, uma vela é uma vela, seja num quarto, na sala ou nos confins do tempo.
sexta-feira, 12 de junho de 2009
Eu preciso...
Mudar o rosto disso aqui para que eu ainda possua ânimo de postar. Alguém tem alguma sujestão?
Sabe como é, mudar as barras, tal, pintar aqui, alí, fazer uma reforma...
Sabe como é, mudar as barras, tal, pintar aqui, alí, fazer uma reforma...
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