quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Música...

A música composta para eu apresentar amanhã na aula já está pronta, ela é as duas páginas (faltando a última linha) de um duo de uma música do Ravel...
Mas falta um nome, apenas um nome... É difícil escolher o título quando ele para você é importante, mesmo a música sendo apenas uma coisinha simples... é difícil dar nome ao som...
É tudo só som, simples e sublime som...

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Meu primeiro recital na oficina da UFG...

:}

"tu não te lembras da casinha pequenina?"


"tinha um coqueiro do lado..."


Tocando uma pecinha do Guerra Peixe: Menino da Congada.


E a foto no final do recital!

Heitor Villa Lobos - Bachiana Brasileira n5

Um nacionalismo que chega a ser universal e transcendente...

domingo, 27 de janeiro de 2008

A nuvem cinza

Talvez quando tive aquela epifania intrigante, quando estava digitando um texto aleatório e pronto: Deus existe, não precisava ter medo, não precisava sentir angústia da vida, não precisava temer a nada mais, ao sono, às coisas, ao futuro ou o passado, lá se vai a culpa, Deus existe, talvez quando a luz imaginária da fé tenha se revelado diante ao meu sistema nervoso eu precisasse ser outra pessoa...

Talvez eu precisasse ser outra pessoa quando vi em uma revista aleatória que estou no meu ano número 9, eu precisasse ser outra pessoa para dar margens a estas gnoses e deixar de lado tudo que é inútil, crer em oráculos, tomar vergonha na cara por ter sido um dos melhores alunos e não ter passado na UEG, enfim, olhar no espelho e ver novamente a face que um dia será perdida, e talvez mudar...

Tu és um fiasco como adolescente, João, digo a mim mesmo, mas não se preocupe se você acreditar na velha máxima: "só grandes artistas são capazes de grandes fiascos", Beethoven que o diga, talvez a vida dele nada mais foi que um grande fiasco...
Era necessário ser outra pessoa... Mas existe algo impossível de deixar de ser, algum raio de escolha feita quando eu nem pensava em pensar, algo que me fez desejar ser astrônomo até me descobrir poeta e músico, um artista insignificante, mas um artista...

Angustiado, sensível sim, aquele que tem insônia e olha a janela de madrugadinha com falta de ar, "pórtico partido para o impossível", como dizia Álvaro de Campos (Fernando Pessoa), a impressão é que é tudo alheio mesmo, impressão de eu não pertencer mais a este cenário temporal, só faltando em frente a metafísica Tabacaria, mas vou ser franco, deixarei esta angústia pessoal de anacronismos para mim e para o pássaro e das portas (como se tivesse mais que uma porta o.o) do meu quarto para lá serei forte como sempre no fundo fui... Avante, Signoreli!

Tenho que estudar, né? Este Allemande da Suite 1 (Bach) não se pegará sozinho!

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

A Coruja

a Bruno G. Duarte
Das vistas de Schönberg a luz, madrugada
Sombria era aquela, a manhã tão tardia,
Por sobre a janela raiar algum dia
Nos era impossível após a calada

Coruja em seu grito deitar, quando vi-a
Num manto infinito soltar magoada
Seu canto atonal que sumia no nada
Deixando algum mal nesta estrada vazia

De nosso relógio senti: a manhã
Findava nas penas que tinhamos todos
Escravos do tempo, esta incógnita vã...

Seu canto era o fim e as pessoas ranzinzas
Após este fim prosseguiam nos lodos
Cavando a existência até entrar pelas cinzas.

João Antônio Marra Signoreli

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Falando em doença...

Tomar vacina contra a febre amarela foi uma das piores coisas do meu dia, é fato, tomá-la foi um grande alívio ao meu pesadelo, mas alguém te dar a picada (e este alguém não é um mosquito) e sequer te falar: "foi lindo" é um abuso aos sentimentos de um ser humano, principalmente se esta pessoa for uma mulher, inclusive eu preciso pedir desculpas pelo momento gay, mas não pude perder a piada... (Sim, isto foi uma piada...)

O Pássaro quase riu...

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

"[...] / pois pouco importa a vida como a levas / que ela te leva a ti de despedida / em despedida a uma lição de trevas." Bruno Tolentino

Em mim existe um grande paradoxo:

Eu estou ultimamente com uma angústia muito grande com relação a morte, sei que morrei um dia, este dia estando onde estiver e isso me angustia, mesmo eu tendo 18 anos e como diz meu professor de violão: “só se você for atropelado”, a angústia que isso me traz me tira o sono, me dá medo de fazer projetos, me dá medo de terminar projetos inacabados e me dá medo de ler Kafka e Dante... Ler Dante com este medo não é nada bom! Uma masturbação e você já é candidato a ficar no limbo, passar a eternidade no escuro com um monte de grego é a pena menor que você pode receber...

Ao mesmo tempo eu estou cansado de um monte de coisa, estou cansado desta época, das coisas deste tempo, falam da necessidade de suportar as coisas deste tempo, a música erudita não é a música do nosso tempo e tudo indica ser este tempo um tempo horrível para se viver, fazendo nas pessoas um desejo enorme pelo fim deste tempo... Não ando gostando de como as coisas vão, da vaidade das pessoas, de um comentário sobre meu poema... “as imagens andam desconexas”, comentário não vindo de pessoas como Alexei Bueno e Bruno Tolentino, mas de pessoas criticando até estes poetas! O paradoxo esta no seguinte fato: era para eu não querer está aqui e por isso não estar tendo esta angústia, mas não, eu quero viver!

Talvez Bruno Tolentino esteja certo no verso do título, de um poema chamado In Passim, este poema reflete a própria efemeridade da vida... belíssimo poema, com certeza um dos melhores da nossa língua...

Desculpem, amigos, sou um péssimo poeta, mas sou poeta e não posso parar de escrever...

domingo, 20 de janeiro de 2008

Rasga-mortalha & Schoenberg, que duo!

Estive meio alheio à minhas responsabilidades estes dias, saí com Bruno para nos vermos discutirmos sobre o blog e isto me levou a noitada de boemia mais um dia de agito, tudo bem, não foi bem assim visto que não sou de beber e que muito deste tempo foi bem produtivo, acabei passando na casa do Bruno a madrugada de ontem, com música erudita contemporânea, leituras da bíblia, de Jakob Wassermann e de Mário Ferreira dos Santos, para, no que seria o dia seguinte, irmos para a minha casa antes do show e darmos uma olhada no Pássaro de Argila (o pássaro e o poema), no poema In passim de Bruno Tolentino do livro Mundo como Idéia, no violão, na minha camiseta do Che Guevara (hahaha!) e na minha camiseta listrada dada pela minha avó e tanto amada por mim...

Vou tomar café, já volto!

Alguém já ouviu falar em uma coruja branca chamada pelo folclore de “rasga-mortalha?” Pois é, diz a supertição que ela avisa a morte, e segundo o Bruno, o seu piado avisou a morte de sua bisavó, para mim é apenas um passarinho piando, mas é bem assustador...

Estávamos nós, dois garotos inocentes na saída para Trindade ouvindo Schoenberg com um clima onírico, ótimo momento para não-dormir se você curte o dodecafonismo, além disso o sol já ia nascer mesmo, cheiro bom é o frescor do amanhecer! E nos píncaros (torneeei-me um ébrio e na bebida... ops, me desculpe, voltando...) da música acabamos por ouvir um escândalo feito por aquela coruja e pela peruca de Bach! Aquilo foi muito assustador!

Se alguém vai morrer, não sei... Ou melhor, sei que todos nós vamos morrer um dia, só não sei quando, como dizia um ex-professor meu de biologia: “a única certeza que você tem é que um dia tudo isso vai acabar!”, este mesmo professor falou sobre a rasga-mortalha certa vez, “o passarinho pia todo o dia”, dizia ele, “quando alguém morre botam a culpa no passarinho!”. Nunca pensei dizer isso antes até de saber se eu passei ou não no vestibular para letras, mas o fim do ensino médio me dá um certo ar de melancolia, e talvez seja o gerador de minha angústia sentida por estes momentos...

Bom, terei que voltar ao dedo tal na casa tal sem o qual não passarei no vestibular para violão...

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Universaláctus

a minha dor de cabeça

No vão da via-láctea a caveira dos astros
Dissipa na luz da entropia, perdido
Meu sangue na via do cosmo retido
Persegue asteróides deitado em seus rastros.

Além, meus olhares tecendo os sentidos
Nos pés de uma deusa elevando outro mastro
Por onde com férteis cometas alastro
Plantando a existência a luzir os temidos

Abrigos de sonho se ascendem, silêncios
Nos ventos revoltam-se e a voz é o que vence os
Tecidos das dores no céu a envolvê-las,

Acordo e a janela procuro, vou firme
Há dores no escuro da luz a sentir-me,
Garoto, mais um, a observar as estrelas.

João Antônio Marra Signoreli

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

"A alma de um trabalhador é como um carro velho..." Mundo Livre S/A

Meu coração bate acelerado e minha ansiedade é tamanha, lembro do médico de Camaçari ter dito que eu tive uma expansão do ventrículo esquerdo, vai lá saber!

Pois é, djow, fiz um novo blog e prometo pegar um pouco mais leve com este, sabe como é, um cantinho para escrever qualquer coisa, escrever sobre a viagem da Bahia e sobre algum jogo do Master System, (Wonder Boy, que maravilha!)... Pô, conversando aqui com meu amigo Toscano, eu quero o Pitfall – The mayan aventure para Windows! Ah, meus tempos de joguinhos...

Às vezes, penso eu, acho que as notas da partitura se personificarão e começarão a tomar café enquanto me mandam estudar lento, nada, é claro, fora do meu campo imaginativo... e imagino também que se fosse outra pessoa (não me refiro a uma pessoa em especial, estou generalizando graças a uma certa tendência dos blogs) teria colocado um parênteses cobrindo a vírgula entre o “nada” e o “é claro” para afirmar o fato de ela poder ou não estar ali...

Parece até que as pessoas se esqueceram dos jeitos legais e antigos de gerar ambigüidades sem estes tipos de artifício, não, não estou condenando nada, mas veja como é legal no poema parnasiano Esperança de Vicente de Carvalho a ambigüidade dos tercetos...

“Essa felicidade que supomos
árvore milagrosa que sonhamos
toda arriada de dourados pomos

existe sim; mas nós não a encontramos,
porque está sempre apenas onde a pomos
e nunca a pomos onde nós estamos.

Mas existe em mim uma dor de cabeça que anda me atacando todos os dias e hoje demorou mais para aparecer (vai ver seja pelo motivo de eu não ter ido no computador cedo, estava estudando os estudos necessários para a próxima aula), vou pegar um refrigerante...

Então, meu amigo, como eu ia dizendo, esta dor de cabeça, os recursos da modernidade e a sensação de vazio andam me passando angústia, não, não estou reclamando da vida agora, pois as coisas estão indo bem melhor que iam no ano passado, o ano passado sim foi um inferno verdadeiro, a meta final segundo a Delirium (seria o vestibular?), este ano temos sanduíches!

Mas a minha sensação de vazio é uma coisa na qual eu me mergulho e procuro algo só deparando com as notas personificadas de uma partitura amassada, empilhada em minhas metáforas de papel...

Preciso escrever.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Você sabe o que é uma dor de cabeça, amigo? E sacar que este tal de flunaryn não é um remédio eficiente?

É bravo, tenho que estudar o estudo 3 e descansar...
E essa (antes escrevi "esda", tive que editar de novo a postagem) falta de ar estranha, e essa dor de cabeça, e essa (antes escrevi "esa", os erros de digitação hoje estão fodas) angústia, ô coisa chata, no mais anda tudo bem

A falta de um ponto?

E....

Viva Schoenberg!