Bom, posso escrever agora algo um pouco mais extenso, o que provavelmente fará meu leitor não querer ler o escrito aqui, e vou seguir talvez o padrão diário inerente aos blogs tradicionais desde o "Livro do Desassossego" de Bernardo Soares (Fernando Pessoa), o primeiro blog da história... (sim, era para ser engraçado).
A minha preocupação nos dias que se passam é algo já comentado pelo meu professor de violão, uma tal de tendência à auto-sabotagem: você passou seus primeiros meses de vida em um lugar agradável, do nada acontece um trauma, tiram você de lá, uma luz forte bate em seus olhos, sentidos estranhos começam a vir e ainda por cima violam a santidade de suas nádegas com o único intuito de lhe fazerem chorar. Agora e para sempre o ex-bebê é um cidadão traumatizado, quando as coisas começam a dar certo e você começa a se sentir como se estivesse seguro e aconchegado no ventre materno a vontade de acabar com tudo vem, pois há um medo de outra vez dar tudo errado e a luz da vida arder outra vez nos seus olhos...
Comigo, além do fato ditado no parágrafo acima (sim, não obstante o fato de não conter o chamado claro de entrada, isto aqui ainda é um parágrafo), eu passei um tempo me sentindo em um filme de comédia no qual a graça estava em ver a desgraça do cidadão, as coisas aconteciam de maneira inusitada e as surpresas não eram boas, estava já meio conformado em ver as coisas darem errado, começando a me sentir mal quando simplesmente as coisas viram, tudo começa a dar certo, eu passo no vestibular, começo a crescer de verdade no violão, começo a ter idéias na poesia de maneira mais freqüente e a inspiração tem se mostrado cada vez mais como parte de mim, isso além de outros assuntos mais pessoais, e eu começo a me sentir mais seguro, começo a ter mais fé e até a me achar mais bonito...
Ainda não me acostumei com isso tudo, estranho, mas estou adorando, é claro, os projetos e as coisas irem bem, mas não quero que nada disso acabe, e me vem a preocupação do primeiro parágrafo. O que posso fazer? Deixar os ponteiros regerem no seu andamento as cores do céu e seguir em frente...